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How to Love

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Mensagem por Projeto Potteridades Sex Fev 22, 2013 2:10 pm

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Classificação: +16
Gêneros: Amizade, Angst, Romance
Capítulos:1 (2.267 palavras) | Status: Concluída
Originalmente publicada em: Nyah Fanfiction - How to Love

* * *

How to Love — Lil Wayne ♫



Era a grande noite, a noite do baile. Hogwarts estava perfeitamente enfeitada, tal como um castelo de contos de fadas estaria, deixando o ambiente ainda mais mágico do que já era por natureza própria. As muitas vozes apareciam aos poucos pelos corredores, revelando alunos com seus mais belos trajes e sorrisos. Muito belos, sim, mas ninguém estava mais fantástica do que ela. Não para Draco Malfoy, pelo menos.

Ele acompanhou com o olhar desde o momento em que ela surgiu no topo da escada - o que fez o coração dele falhar uma batida - até o momento em que cruzou seu caminho em direção ao Salão Principal. Ela estava com Ron, rindo satisfeita pelo momento único que viveria naquela noite. E o ruivo estava babando por ela, assim como outros tantos no salão, porém ela não notou. Draco se sentiu intimamente incomodado com isso quando sentou-se em uma das mesas. Ele estava sozinho, Hermione reparou, sentindo certa compaixão.



Você tinha um monte de garotos tentando roubar seu coração.

Nunca realmente teve sorte, nunca pôde descobrir como é amar.



Quando me acomodei no salão, em uma mesa curiosamente próxima a qual estava Granger, continuei a acompanhando em cada movimento. O número de garotos que se aproximavam, tentando arrancar um suspiro dela, era tão grande quanto o número de goles que eu dava no copo de whisky de fogo em minha mesa. Já era de maior e havia lutado na guerra, não faria diferença o que estava bebendo.

Então - por algum motivo qualquer - me peguei pensando que, independente da causa, ela nunca fora vista com ninguém. Não do modo que eu estava considerando. Era certo que ela andava sempre em companhia de Potter e Weasley, mas aquilo certamente não era amor. Caso contrário, ela estaria com um dos dois há tempos. Tal pensamento me fez sorrir de canto.



Você teve vários momentos que não duraram para sempre.

Agora você está em um canto, tentando juntá-los.



McGonagall havia se aproximado com um sorriso digno de Monalisa em seu rosto, pensei, convidando Harry para uma boa seleção de músicas. Ele se levantara um tanto relutante, mas no final acabara cedendo ao desejo da professora por algumas danças. Ron mal tivera tempo de rir do seu lugar ao meu lado, logo sendo também levado por uma garota qualquer da Lufa Lufa. Era realmente engraçado.

Então fiquei ali, olhando o salão. Alguns garotos me haviam convidado para uma dança só que fosse, mas eu negara todos os convites com educação, utilizando a desculpa de que estava um pouco tonta. Pensando melhor sobre isso, não entendia por que havia feito tal bobagem. Coloquei-me então a pensar sobre o andamento daquele ano, avançando para lembranças dos anos anteriores. Sentiria falta de tudo aquilo.



Por um segundo você esteve aqui, por que agora está lá?

É difícil não olhar para o modo como você está agindo,

Como se nunca tivesse tido um amor.




Então, com certa brusquidão, Hermione se levantou da mesa e partiu para o outro lado do salão. Foi o exato momento em que começaram a tocar algumas músicas lentas, com as luzes se reduzindo a pequenos lampejos vazios.

A vi apanhar um copo de whisky de fogo, algo que nunca imaginei que ela faria, e isso me fez rir. Analisando melhor sua postura, ela parecia extremamente desconfortável e eu só pude atribuir isso ao momento profundamente sentimental em que se encontrava a festa naquele instante. Ela parecia incomodada por não estar partilhando daquela sensação apaixonada em que estavam, numa espécie de transe hipnótico, os casais na pista de dança. Até mesmo seu amigo Potter havia trocado McGonagall pela ruiva Weasley, a embalando na música.

Não resisti. Me levantei e comecei a ir na direção dela.



Quando você era apenas uma jovem, não parecia ser tão preciosa.

Porém, você cresceu e agora está fantástica. É como uma benção.



Quando apanhei o segundo copo de whiskey de fogo e comecei a levá-lo até meus lábios, uma mão gélida pausou o movimento no ar. Era Malfoy, eu sabia sem precisar encarar, pois o havia visto caminhando na minha direção.

Depois da guerra, quando voltamos a Hogwarts naquele ano, ele não fora mais hostil comigo. Na verdade, ele fora apenas um espectro pelos corredores. Estava sempre sozinho, sempre calado. Era um dos poucos sonserinos que haviam voltado para a escola depois de tudo e eu senti algo por ele. Algo que não sei bem se era dó, visto que esse sentimento parece muito pejorativo. Mas era algo nessa categoria, certamente.

Quando viu que eu não desistiria de beber o conteúdo no meu copo, ele simplesmente o tomou das minhas mãos. Eu mal tive tempo de esboçar uma reação satisfatória, apenas fitando seu rosto com seriedade antes que ele despejasse as primeiras palavras contra mim.

— Por que está fazendo isso? — Ele questionou. Parecia querer dizer algo mais, porém, manteve-se em silêncio.

Apenas desviei o olhar. Sim, eu estava incomodada com tudo aquilo ao meu redor, mas não diria à ele. Não havia nem mesmo dito para Harry ou Ron, que eram os meus problemas, de certo modo. Acontece que eles estavam apaixonados e isso me deixava tão pequena, tão vazia. Eles tinham encontrado um motivo para renascer seus sorrisos após a guerra, o amor, enquanto eu continuava me sentindo vazia por dentro. Aquilo não era algo que Malfoy entenderia.

— Granger, eles são uns idiotas. — Malfoy voltou a se pronunciar. Pela primeira vez na vida, uma ofensa daquele tipo não me causou irritação. Pelo contrário, eu mesma estava repetindo mentalmente aquele tipo de ofensas aos meus amigos. Bobagens apenas.



Você nunca conseguiu ter um homem olhando para você, por cinco segundos,

Sem que ficasse insegura.



Se antes ela estava incomodada pelo romantismo ao nosso redor, agora estava muito mais, devido à minha presença diante de si. Eu nunca ficara tão próximo dela antes, nesses anos todos, nem mesmo quando a ofendia. Costumava pensar que sempre deveria haver ao menos alguns metros entre nós, evitando que meu sangue também se tornasse impuro. Bobagens apenas.

Ela não era capaz de manter seu olhar fixo no meu, naquela situação vulnerável. Eu sabia que havia algo de errado com ela (até mesmo sabia o que era) e ela tinha conhecimento disso. Como havia eu de esconder algo da mente mais sagaz que Hogwarts - e a guerra - haviam sido capazes de criar?

— Você está acostumada a ter caras olhando para a sabe-tudo dentro de você, não é? — Iniciei meus pensamentos verbalmente. O silêncio dela estava me incomodando, era um péssimo sinal, e eu a faria falar. Nem que fosse a fazendo me ofender. — Não sabe lidar com um cara olhando para quem você é. Na verdade, essa é a primeira vez em que te vejo sem a máscara de grifinória de ouro.

Eu soube que havia pressionado o nervo certo quando ela ergueu o rosto na minha direção. Era pequena, frágil demais, e havia uma grande distância entre nossos olhos. Ela finalmente se mostrara expressiva.



Você nunca se dá crédito o suficiente. Então, quando envelhecer,

Parece que voltará atrás umas dez vezes.



— Você está errado. — Eu disse firmemente. Ele achava, afinal, que me conhecia. Por mais que estivesse certo de algum modo, eu jamais o diria.

Malfoy sorriu de canto e me peguei analisando aquele sorriso. Era sarcástico, bonito. Ele não havia sorrido daquele modo durante todo o ano e, de repente, me senti uma boa pessoa por fazê-lo sorrir daquele modo. Mesmo que ele o fizesse por estar caçoando da minha pessoa. Sim, era isso que ele estava fazendo ali: caçoando de mim. Era a única coisa provável.

— Estou certo e você sabe, mas é orgulhosa demais para dar o braço a torcer. Sei como é, Granger, também sou assim. — Ele deu de ombros, virando em sua boca o copo que eu havia preparado para mim. Ele estava testando minha paciência, ótimo. — Não tem fé em você mesma? Você me pareceu muito arrependida por ter negado os caras que te bajularam hoje.

— Ninguém me bajulou hoje. — Revirei os olhos perante a frase, tomando meu copo das mãos dele. — A propósito, o que quer aqui, Malfoy?



Agora você está sentada aqui, neste maldito canto,

Olhando através de todos os seus pensamentos e sobre seus ombros.



— Como já deve ter reparado, não tenho muita diversão por aqui. — Falei para ela, vendo uma careta divertida surgir em seu rosto. Parecia fácil conviver com Granger, por mais incrível que isso soasse. — Então, decidi analisar a única garota no salão que está agindo como uma velha solteirona.

— Não estou agindo como uma velha solteirona! — Ela brandiu irritada, suas bochechas atingindo um tom especial de vermelho pela irritação. Ri mais uma vez.

— Claro que está, Hermione.

Ela tirou a tensão de suas feições por um instante e me olhou com espanto. Então eu mesmo notei o que havia feito: dissera o nome dela. Era algo estranho, vindo de mim, mas soara natural nos meus lábios. Eu não pensara para dizê-lo. Afinal, que mal havia nisso? Já não estávamos em guerra e eu havia até mesmo auxiliado a tal Ordem. De repente, acho que não éramos mais tão inimigos.

— Você veio para a ponta mais escura do salão, de repente. Tomou whiskey de fogo, o que definitivamente não é um comportamento usual da exemplar grifinória. — Eu prossegui, fingindo que não havia nada demais naquilo tudo. Afinal, havia? — Acho que há algo mais te incomodando além dos casais na pista de dança. Mais do que seus amigos estarem entre esses casais. Você está relembrando cada pedaço mínimo de história que viveu aqui, não é Granger?



Você tinha um monte de sonhos que se transformaram em desilusões.

O fato de você ter visto muito do mundo afetou todas as suas decisões.



— É. — Eu me permiti dizer, sem acrescentar nada mais.

Ao contrário do que imaginei, Malfoy não sorriu com sarcasmo outra vez. Ele ficou me olhando, simplesmente, como se estivesse surpreso por eu ter admitido aquilo. No fundo, eu também estava surpresa. Cheque mate, sonserino. Realmente nunca fui boa com xadrez bruxo e suas estratégias.

— Você alimentou muitos sonhos e é isso que a guerra faz com eles, os destrói. — Malfoy disse para mim. Senti toda a tristeza dentro dele naquele momento. Ele sofrera muito, eu sabia disso, e passara todo aquele tempo isolando a si mesmo. — O que vimos naqueles dias mudou nossas vidas pra sempre.

— Eu sei. — Engoli em seco, olhando para ele sem utilizar a tal máscara de perfeição que me era característica. — Sinto muito por tudo que aconteceu com você, Draco.

Ousei dizer o seu nome e gostei da sensação de pronunciá-lo. Ele não correu. Não se tornou agressivo. Apenas chacoalhou os ombros levemente, como se eu lhe tivesse lembrado do peso que estava carregando sobre eles. Parecia frágil, de repente, e isso não combinava com ele. Porém, toda essa fragilidade sumiu em segundos, pois ele já estava acostumado a se recompor diante daquilo.



Mas não foi sua culpa, não estava entre as suas intenções.

Você, que está aqui falando comigo, não quer me escutar.



— Essa é uma conversa um tanto mórbida para um baile, não? — Comentou ele. Talvez tivesse se cansado do assunto, talvez eu tivesse tocado em alguma ferida não cicatrizada ainda. — Não foi nossa culpa, nossa intenção. Vamos deixar isso pra lá.

— Por que, realmente, você veio até aqui? — Questionei. Alguma coisa me disse que, dessa vez, ele me diria o que quer que tivesse passado pela sua mente.

— Você estava chateada por ver o pobretão e o santo Potter se divertindo com garotas quaisquer. — Lancei-lhe um olhar de reprovação. — Não disse que você está com ciúmes. Disse simplesmente que estava chateada. Sensação de solidão, talvez.

— Às vezes acho que passei por tudo isso pra chegar a lugar nenhum, no final. — Suspirei pesadamente.

— Penso o mesmo, acredite. Parece difícil encontrar um bom motivo pra seguir em frente agora.



Veja, eu só quero que saiba que você merece o melhor.

Você é linda.

E eu só quero que saiba que você está longe do convencional.



Eles apenas se olharam. Não sabiam exatamente por que ainda estavam ali, próximos, ou por que ainda estavam conversando. Porém, pareceu certo. Simplesmente certo. Muitas coisas se passaram pela cabeça de ambos, mas aquele não era o momento para dizerem. Palavras sempre estragam as coisas.

Talvez fosse culpa do whiskey de fogo. Talvez fosse culpa do bolero harmônico que soava ao fundo do salão. Ou, talvez, fosse culpa da guerra que modificara aquelas duas mentes e aqueles dois corações.

Porém, Hermione sentiu um desejo sutil de enlaçar o pescoço dele ao mesmo tempo em que Draco sentiu um desejo sutil de enlaçar a cintura dela. E o fizeram. Aquilo não possuía o menor sentido, mas para quê precisava ter um sentido? Pela primeira vez, nenhum deles queria pensar antes de agir. Eram almas cansadas de caminhar um longa jornada, sempre planejando cautelosamente cada passo. Haviam vencido uma guerra e estavam livres, apenas procurando um motivo para realmente desejarem viver outra vez.

E talvez o melhor motivo fosse o leve toque dos lábios de ambos, quando os olhos se fecharam e ambos os corações foram entregues.



* * *ㅤ

Espero que tenham gostado. Obrigada por lerem! Very Happy

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Rita Skeeter, Projeto Potteridades
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