Dos versos que já não existem mais.

Sucos, camas, lençóis cheirando a uva, versos, prosas, ele, ela.
Versos soltos, que iniciavam um poema de amor.
Histórias, memórias, risos, abraços, mordidas, ele, ela.
Jovens que se aventuravam, se amavam. Se completavam. Não eram namorados. Eram algum tipo de amizade esquisita, dessas que mistura tudo. Eram o que eram. O que sempre quiseram.
Madrugadas, livros, músicas, Bon Jovi, Scorpions, System, ele, ela.
E quem não queria ser eles. Tão despreocupados.
Passado.
Ele se perdeu, ela o encontrou. Ele se foi. Ela se esqueceu.
Brigas, histórias, memórias, versos inacabados... Adeus.
E ainda sim, que hoje se encontrem em uma esquina qualquer, que os olhares se cruzem. Que os corações continuem batendo no mesmo ritmo. Já não dizem mais olá. Só sabem se olhar, na procura de uma lembrança daqueles olhos... Eram tantos versos. Versos que já não existem mais.
Silêncio. Saudade.
Dos versos que já não existem mais, só hei de guardar um.
Você.